domingo, 24 de agosto de 2008

Qualidade por "dez real"


Pois é, fico me perguntando o que é e qual seria o parâmetro para se definir qualidade.
Um cliente montando loja numa cidade do interior me disse:
Eu quero colocar na vitrine o que tem de melhor, só coisa boa, de qualidade, que tenha durabilidade e não me dê problemas...
Pois bem, meu produto se encaixava perfeitamente neste perfil; me mandei pra lá contente, transbordava confiança.
Na apresentação elogiou, destacou o padrão do produto etc. etc. etc., e perguntou o preço.
- "X" respondi.
Nossa ! ! Mas é muito caro ! Eu pretendo trabalhar com mercadoria que eu possa vender até "X"... e o seu custo é muito maior...
Não entendi...
Argumentei: conforme o perfil que você traçou, esse produto se encaixa perfeitamente: tem qualidade, assistência, reposição garantida...
Na verdade, alguém tinha dito que ele tinha que trabalhar só com mercadoria de primeira e que existiam no mercado produtos com preços muito baixos e com a qualidade igual ou melhor que um produto genuino, ou seja: qualidade por dez Real... você acredita?
Esqueceram de dizer-lhe que o público alvo ( o que é mesmo público alvo ? ), bem deixa pra lá (risos).
Pois é, fico me perguntando qual seria o parâmetro desse lojista para definir qualidade.
Essa questão passa pela cabeça de todos nós quando vamos comprar qualquer produto.
Mas ... o que é qualidade para você?

sábado, 23 de agosto de 2008

Deve ter gente no banheiro até hoje...


Há alguns anos atrás, lá por volta de mil novecentos e setenta e alguma coisa, existia um empresário que quando estava em período de compras recebia os representantes viajantes
em seu sítio, no interior do Estado do Rio, com um farto churrasco, bebida à vontade e uma pelada de futebol pra completar. Era a forma que ele achava de homenagear e valorizar
quem o visitava e também facilitar todo o processo.
Antes do churrasco ele escolhia e examinava todos os mostruários e a mercadoria que estivesse precisando ele comprava.
Naquele tempo as compras eram feitas em quantidades muito maiores do que são feitas hoje em dia.
Os representantes o tinham como um amigo, parceiro e diziam que o “fulano”
( o empresário ), podia contar com eles ( representantes) pra qualquer coisa.
Era um rebuliço geral quando se espalhava a notícia de que “estavam abertas as compras”.
Pois bem...
Contam que em determinada ocasião o “fulano” resolveu agir diferente; se antes ele comprava e fazia a festa no mesmo dia agora ele tinha resolvido fazer a festa num dia e marcar a compra com os representantes para segunda-feira. Reuniu portanto em uma churrascaria aquela montoeira de representantes . Era só alegria, todos comiam e bebiam à vontade, riam, contavam piadas, era uma festa.
A festa continuou até que com um ar de pesar o “fulano” disse:
- Minha gente, sei que todos vocês são meus amigos e que posso contar com vocês em qualquer ocasião; acontece que neste exato momento estou passando por dificuldades e vou ter quefazer o rateio desta despesa, vocês entendem, não entendem ?
Todos se entreolharam, alguns sorrisos amarelos e assim receberam a conta, total da despesa dividido pelo número de cabeças, uns reclamavam que não beberam aquilo tudo, que não comeram sobremesas enfim aquela pequena confusão. Alguns representantes levantaram-se e foram ao banheiro por diversos motivos.
A tudo o “fulano” observava disfarçadamente. O tempo foi passando e como passe de mágica o número de representantes que estavam no início do banquete diminuiu.
O “fulano” sorriu para os que ficaram e já tinham contribuído com a sua parte no rateio e disse:
Meus amigos, eu agi desta forma porque queria saber quem era meu parceiro de fato e agora sei com quem eu posso contar e em quem eu posso confiar.
Aqui está o dinheiro e os cheques que vocês me deram, estou devolvendo, muito obrigado.
Marcou horário para os que sobraram, todos venderam e ficaram felizes para sempre.

Pra finalizar o assunto, deve ter representante até hoje escondido no banheiro pra não pagar a conta.!